Bancos de dados na análise do território

 Em Estudos e Projetos, Negócios e Meio Ambiente

Estudos e projetos também tem sua fase de coleta de dados secundários, extremamente relevantes para as primeiras impressões sobre um território. Neste sentido, são diversas as possibilidades de consulta e compartilhamento de informação. Algumas delas vêm do próprio governo, que detêm dados de diferentes fontes, disponibilizados em portais ou bancos de dados na internet.

“Destaco muito a importância de se criar Bancos de Dados online que possam ter interface entre si – que possam ser agregados… O atual desafio do setor é a conversão/agregação de diferentes bases de dados, de diferentes instituições; a facilidade de acesso à informação, com ferramentas que possibilitem a manipulação dos dados sem conhecimento de softwares específicos; e a confiabilidade quanto a sua integridade cartográfica e atualização,” comenta Cristiano Lima, Coordenador de Estudos e Projetos Ambientais da FR.

Confira alguns dos principais bancos de dados disponíveis na web:

  • IBGE Cidades

Uma forma que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) encontrou para agregar informações de suas pesquisas é a plataforma Brasil em Síntese, com gráficos, tabelas, mapas e textos diversos. Dentro desse banco de dados, é o IBGE Cidades que organiza o concernente a cada município e estado, inclusive possibilitando a comparação entre indicadores de cidades diferentes. É possível também acessar rankings e séries históricas sobre diversos temas, como trabalho, educação, gênero, saúde, dados do PIB, IPCA, IDH, Censo e outras pesquisas.

O Brasil em Síntese reúne informações que permitem traçar um panorama nacional sob a forma de gráficos e tabelas, apresenta dados sobre território, população, educação, trabalho, habitação, agropecuária, indústria, comércio, serviços e contas nacionais.

  • Datasus

O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) administra os sistemas de informação e suporte de informática dos órgãos do SUS. Em seu portal, ele disponibiliza os dados públicos, “que podem servir para subsidiar análises objetivas da situação sanitária, tomadas de decisão baseadas em evidências e elaboração de programas de ações de saúde”, como descrevem no site. Alguns exemplos são indicadores de saúde, assistência à saúde, informações epidemiológicas e de morbidade, informações sobre a rede de assistência à saúde, estatísticas vitais, informações demográficas e socioeconômicas. Além disso, as informações financeiras também são transparentes, como as referentes aos recursos do Fundo Nacional de Saúde transferidos aos municípios, aos créditos aos prestadores de serviços de saúde, aos orçamentos públicos de saúde declarados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. A consulta normalmente é feita a partir do TABNET, que agrega informações de diversas fontes oficiais. Veja os destaques da plataforma:

A mensuração do estado de saúde da população é uma tradição em saúde pública. Teve seu início com o registro sistemático de dados de mortalidade e de sobrevivência (Estatísticas Vitais – Mortalidade e Nascidos Vivos). Com os avanços no controle das doenças infecciosas (informações Epidemiológicas e Morbidade) e com a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a incorporar outras dimensões do estado de saúde.

Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas utilizadas na construção de Indicadores de Saúde, que se traduzem em informação relevante para a quantificação e a avaliação das informações em saúde.

Nesta seção também são encontradas informações sobre Assistência à Saúde da população, os cadastros (Rede Assistencial) das redes hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de informações sobre  recursos financeiros e informações Demográficas e Socioeconômicas.

  • Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE-MG)

O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE-MG) serve como referência para licenciamento em MG, com diagnósticos dos meios geo-biofísico e sócio-econômico, além de informações jurídicas e institucionais. O ZEE é a maior coleção de dados bióticos, físicos e sociais reunida, compilada, padronizada, e publicada em Minas Gerais. Nele, é possível encontrar desde mapas geológicos até dados censitários, em escalas detalhadas tanto espaciais quanto temporais.

A plataforma foi elaborada por meio de uma parceria entre o SISEMA e Universidade Federal de Lavras, através da Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão, e contou também com o apoio da Fundação João Pinheiro para a sua execução.

Além de compor uma grande base organizada e integrada de informações oficiais, esta ferramenta […] apoiará a gestão territorial fornecendo subsídios técnicos à definição de áreas prioritárias para a proteção e conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento, segundo critérios de sustentabilidade econômica, social, ecológica e ambiental. O ZEE/MG será de grande importância no planejamento e elaboração das políticas públicas e das ações em meio ambiente, orientando o governo e a sociedade civil na elaboração dos seus programas e em seus investimentos.

  • SIGMINE 

O Sistema de Informações Geográficas da Mineração – SIGMINE é um sistema de referência na busca de informações relativas às áreas dos processos minerários cadastrados no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Esses dados estão associados a outras informações geográficas públicas, proporcionando ao usuário uma consulta aos dados e análises relacionais de caráter espacial.  Alguns exemplos são direitos minerários e áreas protegidas, assentamentos rurais, áreas quilombolas, Unidades de Conservação… diversas informações temáticas que auxiliam a avaliação relacionada à mineração.

Cada tema é disposto como uma camada que, ao se associar uma à outra(s), permite realizar diferentes tipos de consultas e análises, com a possibilidade de fazer pesquisas e a inserção de informação espacial de interesse do usuário.

Todas as informações disponibilizadas no SIGMINE pelo DNPM e pelos órgãos públicos são oficiais e atualizadas conforme a periodicidade disponibilizada por cada instituição, sendo que, pelo fato da base do DNPM ser dinâmica, os dados dos processos minerários são atualizados diariamente às 24h, apresentando em sua visualização a defasagem de um dia.

  • i3GEO  

O i3GEO é um software diferenciado, que visa agregar diferentes bases de dados cartográficas, construir mapas interativos e disseminar de dados geoespaciais. Uma instalação do i3Geo pode atender vários públicos, coexistindo vários mapas interativos com diferentes desenhos. Além disso, também pode ser associado a dados de instituições como ANATEL, BNDES, CPRM, IBGE, IBAMA, MDIC, MEC, entre outros.

A sigla “i3Geo” significa “Interface Integrada para Internet de Ferramentas de Geoprocessamento”. Trata-se de um software livre, criado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) brasileiro em 2004. O licenciamento como GPL permite que qualquer pessoa tenha acesso aos códigos do software para alterá-lo, aprender e compartilhar o conhecimento adquirido. A licença impede que os códigos sejam “fechados”, ou seja, as modificações feitas devem também ser compartilhadas sem nenhum custo.

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