10 anos da Ferreira Rocha: a busca constante pelo equilíbrio entre a proteção de valor para nossos clientes e o efetivo desenvolvimento local

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Delfim Rocha

Delfim Rocha – Diretor Executivo

         Em maio deste ano, a Ferreira Rocha (FR) completou 10 (dez) anos de existência. Ao longo desse período, evoluímos de uma pessoa física praticamente do “eu sozinho” para uma empresa, que, a despeito de ainda considerada como de pequeno a médio porte, está ou esteve envolvida na prestação de assessoria e serviços socioambientais para grandes empreendimentos de setores diversificados e clientes de porte incontestável. Entre eles podemos citar Norte Energia e a UHE Belo Monte, Anglo American e seu Complexo Minerário Minas-Rio, e Consórcio Baixo Iguaçu e a UHE Baixo Iguaçu. Isso além de vários estudos e projetos desenvolvidos para AlphaVille Urbanismo, CPFL Renováveis, Brookfield Energia Renovável, Minas PCH, EDF Norte Fluminense, Gerdau e Novelis, dentre tantos outros.  

         No Mestrado Profissional de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao qual estou me dedicando, debatemos que toda pesquisa, a despeito de considerar dados provenientes de diferentes fontes, sempre tem um viés. Pois bem, o viés da FR é, primordialmente, a visão em linha com o empreendedor e seus acionistas.

         Talvez o referido viés decorra de meu histórico profissional, tendo atuado no âmbito corporativo de empresas como a extinta Alcan e sua “herdeira” Novelis, e a Vale, e junto a consultorias nacionais e internacionais do calibre da Golder Associates Brasil e Leme Engenharia, hoje Tractebel Engie. Assim, ao criar a FR, acabei direcionando a empresa para seguir esse meu trajeto. Fato é que, em um ambiente externo no qual muitas vezes ser empreendedor é apregoado e motivo de achincalhe público como sinônimo de manipulação e desinteresse verdadeiro pela conservação ambiental e pelo bem-estar de populações afetadas, a FR e eu, em particular, nos orgulhamos dessa opção que fizemos.

         E a opção acima se reforça à medida que vimos procurando contribuir, de forma efetiva, para aprimorar, na prática, o planejamento, as ações e, arrisco-me a dizer, a postura de nossos clientes frente a seus projetos e ao território no qual se inserem e com o qual interagem continuamente. Assim, com nosso trabalho de assessoria e com os serviços que desenvolvemos, procuramos inserir junto a investidores e empreendedores, de forma gradativa, mas definitiva e real, a variável socioambiental como firme definidora de sua estratégia de negócios.

         Acreditamos que, somente desse modo, conseguir-se-á previsibilidade, solidez e perenidade nos investimentos. Afinal, não há como negar que conflitos sociais, pressões sofridas por lideranças comunitárias, poderes públicos e agentes externos – muitas vezes capitaneadas ou amparadas por instituições como Ministério Público e a academia –, e mudanças de padrões que regem agentes financeiros nacionais e internacionais são fatores geradores de riscos de elevada magnitude para o investidor, tanto em termos das consequências dos impactos econômico-financeiros e de imagem que poderão ser ocasionados, quanto de sua probabilidade de manifestação.

         Na nossa opinião, a severidade desses riscos não deverá ser alterada, para menor, pelo viés nitidamente desenvolvimentista que pauta nosso atual governo federal. Isso por dois motivos: o espírito de reação social – que pode tardar a eclodir mas não deixará de estar presente – que costuma imperar junto a populações urbanas e rurais quando submetidas a efeitos de decisões top-down, ainda que estas, em um primeiro momento, possam parecer bem sucedidas; e a mudança de paradigma socioambiental que vem pautando o ambiente internacional e que, portanto, cada vez mais deverá permear as instâncias financeiras e a cúpula de empresas multinacionais no tocante à análise de novos investimentos e à concessão e manutenção de financiamentos para projetos em países em desenvolvimento como o Brasil.

         Assim, em coerência com esse contexto, mas também com nosso viés empresarial, vimos buscando cada vez mais pautar nossa atuação por um equilíbrio entre as necessidades tanto do investidor/empreendedor, quanto das comunidades e do meio ambiente de proteger os seus capitais, sejam eles financeiros, naturais, sociais ou culturais. E, no caso dos componentes socioambientais, que os esforços do investidor para minimamente manter o valor de seu capital possam reverter em um efetivo desenvolvimento do território em que se inserem com seus projetos.

         Vimos utilizando, nessa trajetória de esclarecimento junto a nossos clientes, e de delineamento de nossos serviços, estratégias e ferramentas que obtemos a partir de uma constante análise atualizada de lentes teóricas. Nesse rol enquadram-se, entre outros, os conceitos e práticas de Licença e Participação Social, Desenvolvimento Local, Análise do Retorno de Investimentos em Sustentabilidade, Avaliações Socioambientais Estratégicas e Integradas e, acima de tudo, ao mesmo tempo o pilar e a finalidade de todo esse ferramental: o Gerenciamento de Riscos.

         É assim que construímos nossos primeiros 10 (dez) anos. Como uma forma não só de comemorá-los coerentemente com nosso perfil de atuação, mas também de destacar, junto ao mercado, esse modo de pensamento e desempenho, decidimos, como uma de nossas atividades comemorativas, contribuir institucionalmente para a realização do próximo Congresso Ambiental da VIEX, a ocorrer em São Paulo de 26 a 28 de junho de 2019, evento este que reunirá além de grandes personalidades do cenário socioambiental, parte de nossos clientes atuais e também potenciais clientes com os quais poderemos interagir. Ou seja, uma comemoração sem grandes alardes midiáticos, mas sempre buscando uma consistência técnica e estratégica, e uma coerência com os reais pilares e práticas da sustentabilidade.

         E, cientes no que acreditamos, que venham muitas décadas mais.

Para mais informações sobre o Congresso Ambiental da VIEX, acesse: www.viex-americas.com/eventos/congresso-ambiental/

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