Programas sociais alavancam oportunidades do empreendimento

 Em Base Legal e Normativa, Negócios e Meio Ambiente

A velha noção de estudos socioambientais como entrave para os empreendimentos vem sendo continuamente desconstruída. Hoje se compreende que boas práticas socioambientais podem reduzir investimentos exorbitantes – imprevistos inicialmente – que poderiam influenciar a reputação do empreendedor e do banco de investimento, ou até inviabilizar o empreendimento.

No entanto, os programas sociais que compõem os processos de licenciamento ambiental são, inevitavelmente, dinâmicos. Isso porque dependem fundamentalmente da instância da percepção.

Especialmente nesta área, impactos reais não são necessariamente os mesmos impactos percebidos. A imagem do empreendedor muda ao longo do tempo, em função de um amplo conjunto de fatores, incluindo a repercussão de suas decisões e ações de cunho ambiental junto aos diferentes stakeholders.

Como, então, antever tais fatores e preservar a imagem do empreendedor?

Além de planejar, gerenciar, monitorar e, principalmente, executar tais programas sociais em linha com a estratégia corporativa e as demandas reais das comunidades locais, ainda tem mais.

É também necessário levar em consideração a previsão de possíveis impactos que essa implantação poderá ter junto a diferentes agentes no empreendimento.  

Para tanto, uma boa alternativa é aplicar as metodologias de quantificação e controle de riscos para estruturar os projetos de cunho social.

 

Avaliação ambiental e análise de riscos

 

Os riscos (fragilidades e oportunidades) são aqueles capazes de afetar o projeto quanto a custo, e/ou prazo, e/ou qualidade.

 

Em uma avaliação ambiental, todos os riscos relevantes são mapeados, é determinada sua importância, seu valor e quais medidas devem ser tomadas.

No escopo das ações ambientais, por exemplo, é necessário saber se tudo o que deve ser feito está sendo feito da melhor forma ou se corre o risco de, por exemplo: a) estourar o orçamento do empreendedor; b) atrasar o cronograma; c) prejudicar suas metas de construção ou até d) inviabilizar o empreendimento.

 

Programas tradicionais dos processos de licenciamento ambiental – Monitoramento Socioeconômico, Educação Ambiental e Comunicação Social – podem ser planejados e executados sob os critérios de mensuração de seus resultados. Com esses números, é possível gerar periodicamente indicadores que auxiliam na tomada de decisão do empreendedor.

 

Enquanto uma avaliação bem estruturada otimiza custos e prevê gastos, a falta dela pode causar problemas financeiros e crises de imagem para o investidor desavisado.

 

Com maior previsibilidade de expectativas, demandas e custos associados, o investidor também consegue ter uma ideia muito mais realista do empreendimento para onde vai seu dinheiro – e seu nome. 

 

O que o mercado aprendeu

 

A Hindalco do Brasil decidiu pela elaboração do Plano Estratégico de Comunicação (PEC) para a Barragem do Marzagão, localizada em Ouro Preto em Minas Gerais, após acidente na vizinha Mariana.

Foi feita uma análise detalhada e integrada do empreendimento e das partes interessadas envolvidas, além da estruturação do PEC. As ações subsidiaram a empresa para a condução do diálogo proativo com algumas instituições, com destaque para as defesas civis municipais e estadual, além dos colaboradores.

“Temos uma barragem extremamente segura e devidamente monitorada. Trabalhamos com transparência em nossas operações e, devido ao acidente ocorrido no município ao lado, decidimos agir imediatamente. Nosso Plano Estratégico de Comunicação nos apoiou a definir a melhor estratégia e estruturar o diálogo com nossos colaboradores e importantes instituições. Com isso, já podemos perceber benefícios de maior integração de nossos times, com questões relacionadas à Barragem do Marzagão e todas as ações ambientais que envolvem a planta de Ouro Preto”, avalia o diretor da Hindalco Brasil, Eli Murilo. 

 

Veja algumas das experiências recentes desenvolvidas pela FR no desenvolvimento e implantação de projetos sociais:

  • A Hindalco do Brasil decidiu pela elaboração do Plano Estratégico de Comunicação (PEC) para a Barragem do Marzagão, localizada em Ouro Preto em Minas Gerais, após acidente na vizinha Mariana. A equipe da FR fez uma análise detalhada e integrada do empreendimento e das partes interessadas envolvidas e estruturou o PEC. As ações tiveram início nos últimos meses, sob o monitoramento da FR, e subsidiaram a empresa para a condução do diálogo proativo com algumas instituições, com destaque para as defesas civis municipais e estadual, além dos colaboradores.
  • A Neoenergia acaba de selecionar a FR para atuar nos programas de Comunicação Social e Educação Ambiental em mais um de seus empreendimentos de geração de energia. A primeira experiência para atividades que implicam interação social foi com a elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial (Pacuera) das PCHs de Goiandira e Nova Aurora, em Goiás. Atualmente estão sendo feitas oficinas de educação ambiental nas PCHs de Pirapetinga e Garrafão, localizadas na divisa do Espírito Santo e Minas Gerais.
  • A FR acumula algumas experiências para definição e execução de ações que envolvem interação social no Projeto Minerário Minas-Rio, da Anglo American. Um destaque é o estudo analítico de todo o investimento social feito na região da área de influência, com mensuração dos resultados para redirecionar futuras ações do empreendedor. Além disso, a FR foi responsável (ano base em 2015) pela execução do Programa de Monitoramento Socioeconômico e realizou o Programa de Educação Ambiental para o público interno. Foram várias as oportunidades, no âmbito desses programas e outros contratos, para exercer atividades de mediação e diálogo social. Como resultado do trabalho realizado, a FR acaba de ser selecionada para realizar a próxima campanha do Monitoramento Socioeconômico (ano base 2016).
  • A Novelis do Brasil, antiga operadora e responsável por PCHs localizadas em Ouro Preto, Mariana e região, em Minas Gerais, contou com contratos de assessoria estratégica. As atividades desenvolvidas pela FR levaram em consideração a compreensão do contexto histórico das comunidades envolvidas, para possibilitar uma análise ampla e integrada, que viabilizou a percepção das características intrínsecas dessas comunidades e o delineamento das estratégias mais adequadas para a interação e negociação com as mesmas.
  • No entorno do empreendimento UHE Sinop, no Estado do Mato Grosso, da CES, foi estruturado pela FR o Fórum de Acompanhamento Social com os representantes das comunidades da área de influência, dos poderes públicos municipais e outros stakeholders. Definição de estratégias e procedimentos, formalizações e condução dos primeiros encontros foram atividades que possibilitaram a criação de um relevante espaço formal de diálogo, estando operante há dois anos.
  • Para a Alphaville Urbanismo, empresa com quem a FR trabalha desde 2010, foram elaborados e executados programas de Comunicação Social e Educação Ambiental em loteamentos imobiliários em diferentes cidades do país, nos estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Goiás e no Distrito Federal. As atividades são executadas de forma integrada entre as ações com as comunidades e também com a gestão ambiental do empreendimento, potencializando uma interação balizada na sustentabilidade.

 

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