Dialogar é ouvir

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A sabedoria popular repete que não é por acaso que temos dois ouvidos e apenas uma boca. A máxima vale tal e qual para os contextos corporativos, especialmente no relacionamento com comunidades: antes de falar, é preciso ouvir.

Claro que estamos falando de algo que vai muito além do momento de troca de turnos de fala, de uma reunião ou elaboração de um meio de comunicação. Ouvir significa dar voz ao outro, compreender o que ele sente, quais são os anseios, os medos, as dúvidas. E, principalmente, saber (re)orientar-se a partir desta escuta.

As experiências de empresas que decidem investir no diálogo efetivo trazem nos resultados, além do ganho processual de reputação, o amadurecimento e a mudança de postura dos profissionais diretamente envolvidos, especialmente quando não são, por formação e cargo, das áreas que tradicionalmente assumem os relacionamentos institucionais e com comunidades. Numa avaliação mais ousada, mas bem factível, o diálogo efetivo pode tornar-se um importante catalisador de uma mudança de cultura.

Trocando em miúdos, colocar na rotina de, por exemplo, um engenheiro de operação a tarefa de conversar com os moradores das comunidades próximas, obviamente capacitando-o à função, pode oferecer boas surpresas ao empreendedor. Ouvir na voz da dona de casa como a poeira atrapalha na lavação de roupa, num clima de diálogo e não em crises de resolução de conflitos, é o tipo de informação que toca os interlocutores por questões que estão além das demandas corporativas descritas em planilhas, e que também provoca o profissional a buscar uma solução. Este é apenas um exemplo hipotético, mas vem levantar uma discussão de como trabalhar as humanidades pode ser uma forma de trazer inputs para o aperfeiçoamento da gestão e da execução dos processos.

Dialogar é ouvir. Ouvir, sentir, repensar. Só depois dizer. Dizer e, claro, agir. Dialogar é estar disposto a melhorar a gestão dos processos e melhorar os resultados.

O diálogo é um dos pilares da Licença Social para Operar (LSO) e sobre ela conversaremos demoradamente em próximas publicações.

Texto elaborado por Isadora Camargos, coordenadora de Comunicação Social e Educação Ambiental Estratégicas da FR 

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